(...)
Um dos desafios docentes consiste em compreender as múltiplas identidades de seus educandos e perceber que elas atuam segundo o contexto e as condições. Por exemplo: em uma sala de aula de EJA com 25 alunos e alunas, teremos, de imediato, a identificação de gênero para organizar o debate: Como refletem homens e mulheres sobre a realidade? Ser homem ou mulher implica em variáveis distintas de percepção de mundo, de oportunidades de escolha, de trabalho, etc:, portanto: Que elementos são acionados na análise dessa realidade? Bem, e se agregarmos a identidade racial dos educandos, teremos outro aspecto a considerar: se temos homens e mulheres negros, brancos, pardos ou indígenas, por exemplo, o pertencimento racial será determinante para um leque de situações, que envolvem preconceitos, exclusões e possibilidades. Se tivermos em nossa sala de aula grupos distintos de católicos, protestantes, umbandistas e ateus, as formas de ser e agir no mundo são influenciadas pela fé e pelas experiências religiosas de cada um. O mesmo ocorre se esses grupos tiverem origens territoriais distintas: considerando que minha sala de aula hipotética se localiza na Região Sudeste – em São Paulo, por exemplo -, provavelmente estariam presentes migrantes nordestinos e grupos oriundos do interior do estado em contraponto àqueles nascidos na grande metrópole. Nesse caso, as identidades seriam evocadas. As expectativas dos educandos em diferentes faixas etárias pressupõe que o aspecto geracional é mais um elemento a ser considerado.
Educação de Jovens e Adultos - A educação ao longo da vida. p. 46
Livro foi enviado para todas as escolas (estaduais) no 1º semestre de 2017
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